Curral
Meu irmão que virou boi perdeu o medo do pai. Até quando sonhava mugia. Empoderado, era agora quem mais nos batia. Deixou de me acuar só quando eu virei um cão. Prometi vingar. Saltei de um barranco sobre ele, dei-lhe uns rasgos e mordidas, mas boi fácil fácil se desvencilhou, me arremessou ao chão, deu patadas, cabeçadas, chifradas, me encurralou até a estrada e ordenou que lá eu ficasse para sempre, em estado de cachorro.
miniconto e ilustração de Val Gomes
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