Imprensa Sindical por Val Gomes

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Estudos em andamento – Susana Buzeli © – março 2024

Estudos em andamento
Susana Buzeli ©
março 2024

“… Não lemos o Fausto para descobrir, por toda parte, que as coisas são “humanas, demasiado humanas”. Já o sabemos suficientemente. E para quem não sabe, basta apenas andar, durante pouco tempo, pelo mundo e observar, ao menos uma vez, a vida com olhos abertos e sem preconceitos. Voltará então convencido da grandeza e do poder do “demasiado humano” e lerá vorazmente o seu Fausto, não para reencontrar o que acaba de deixar para trás de si, mas para descobrir de que maneira um homem como Goethe trata essas banalidades humanas e redime sua alma…” página 201

“… No caso de Fausto, porém, queremos justamente descobrir de que maneira esse homem se redime enquanto indivíduo, pois entender isso significa entender o símbolo que Goethe nos propõe. É bem verdade que podemos incorrer na pretensão de termos compreendido Goethe. Por isso, para que sejamos cautelosos e modestos, diremos de início apenas que, através de sua obra, nós entendemos a nós mesmos…”página 202

“… A interpretação causalística do Fausto pode nos explicar como a obra de arte foi realizada, mas não explica, de modo algum, o sentido tão vigoroso da criação do poeta, que se mantém vivo porque o vivenciamos de alguma maneira em nós e através de nós. Na medida em que para nós a vida é algo de novo a triunfar constantemente sobre o passado, devemos buscar o principal valor de uma obra de arte não em sua progressão causal, mas no efeito vivo que exerce sobre nosso espírito. Ao considerarmos o Fausto como uma coisa do passado, estamos, na verdade, desvalorizando-o; o Fausto apenas poderá ser entendido se for interpretado como algo em contínuo devir e sempre de novo vivenciável…” página 204

C. G. Jung – obra completa
Livro 3 – Psicogênese das doenças mentais

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