Para um poema de Aleksandr Blok
Que brilhe agora a lua — a noite é escura. Que a vida dê a todos a alegria — O amor da primavera não é cura Pra alma em tormentosa ventania.
A noite se estendeu à minha frente E responde com seu olhar de morte A este opaco olhar de alma doente Banhado num veneno doce e forte.
E, encobrindo em vão o ardente fogo, Na treva da gelada madrugada Em meio à multidão, sozinho eu vago Com apenas uma ideia ainda velada:
Que brilhe agora a lua — a noite é escura. Que a vida dê a todos a alegria — O amor da primavera não é cura Para alma em tormentosa ventania.
Aleksandr Blok
Janeiro, 1898. S. Petersburgo.
Foto: Susana Buzeli, junho, 2024
Deixe uma resposta